AVocê sabia que pessoas de formatos mais arredondados costumam ser mais comunicativas, intensas, e também mais carentes? Nesse post, vamos falar sobre o traço de caráter oral, dentro da análise O Corpo Explica. Esse é o traço das pessoas mais empáticas e acolhedoras.
Momento e formação do traço de caráter oral
Esse traço se forma ao longo do processo de mielinização que constrói o nosso sistema nervoso. O traço de caráter oral está relacionado ao nosso cérebro emocional, o sistema límbico.
O formato do corpo reflete o funcionamento da nossa mente e explica a história de vida que temos. Vamos ao processo de mielinização para entender a formação do traço de caráter oral na figura abaixo.
Observe a região marrom na foto. Essa é a região da mielinização do traço de caráter oral. A coluna cervical leva ramificações nervosas para os braços, pescoço, boca, e, com isso, o bebê vai ganhar muitas novas sensações e aprendizados.
Temos aqui o aprofundamento da gustação, do olfato, da audição, do tato. Todas essas sensações se tornam mais aguçadas. O bebê passa a interagir com o mundo externo, e uma explosão de informações novas vai passar pelo seu sistema nervoso. Essa interação vai acontecer principalmente pela boca, especialmente pela amamentação.
O período de formação do traço oral estende-se do primeiro mês de vida até um ano ou um ano e meio.
Essa é uma fase de extrema dependência da criança. Ela ainda não aprendeu a andar ou a engatinhar e às vezes sente algum desconforto, fome, sono. Quando está chorando, ela gostaria que alguém adivinhasse suas necessidades, mas nem sempre a pessoa que cuida dela consegue entender.
Nesse momento, as necessidades do bebê podem ser atendidas em excesso ou, podem ser negligenciadas e não atendidas. E então, nasce a dor do traço de caráter oral.
A dor do traço oral
A grande dor do oral é a do abandono, a dor de não ser visto.
Existem dois tipos de traço oral: um é o oral do excesso, e outro, oral da falta.
Imagine uma criança com um desconforto, que pode ser uma etiqueta na roupa incomodando, por exemplo. Ela chora, e recebe de tudo: chupeta, colo, peito, troca de fralda, menos o que ela precisava de verdade.
Por outro lado, quando nenhuma necessidade é atendida, temos o oral da falta. Há crianças que precisam chorar muito e esperar muito para que sua necessidade seja atendida. A dor é a mesma, porque seja pelo excesso ou pela falta, o problema real que a criança está vivendo não foi solucionado. A dor do oral é a dor de quem não teve suas necessidades atendidas.
O que a pessoa viveu no passado interfere muito em sua vida, mesmo que ela não lembre. Os registros que o oral tem em seu mundo emocional dizem “Você vai ser abandonado, você precisa fazer alguma coisa!”. Essa é uma fase onde o contato é fundamental para que a criança possa entender o entorno dela.
O recurso do traço oral
Aqui temos, também o desenvolvimento do recurso do traço de caráter oral. Por necessidade, a pessoa aprende a se comunicar através de diversas formas, como gestos, toque, fala, tons diferentes de choro, expressões corporais.
O mundo de alguém com predominância do traço de caráter oral é um mundo muito emocional, sensível. A pessoa se conecta de forma sentimental com os outros. O olhar do oral fala, mesmo que ele esteja calado.
Para uma pessoa de traço oral, quanto mais ela se comunica, melhor fica o mundo. Ela pode fazer isso com o olhar, as mãos, com os gestos, buscando sempre deixar sua comunicação o mais clara possível, para que o outro entenda o que ele precisa, antes mesmo que ele fale. Os orais são muito transparentes. Não conseguem esconder suas emoções, elas ficam “estampadas na cara”.
O corpo do traço de caráter oral
Agora que entendemos o momento de formação do traço de caráter oral, e como o mundo físico dele se desenvolve paralelamente ao seu mundo emocional, sua dor e seu recurso, vamos ver qual aspecto visível isso dá para o formato do corpo. Quando falamos de formato do corpo, estamos falando em cabeça, olhos, boca, tronco, quadril e pernas.
O formato do corpo tem uma função na vida das pessoas. O formato do corpo do oral se desenvolve para que as pessoas queiram abraçar, ficar perto, e se sintam confortáveis com ele; mas esse corpo não ficou redondinho e fofinho só para ganhar um colo, e sim para sobreviver em um mundo onde entende que, se for abandonado, ele morre.
Como exemplo de orais, podemos falar do Jô Soares. Ele é arredondado, tem pernas curtas, parece um grande bebê, e não um ser humano adulto.
Em suas entrevistas, ele sempre fazia algum contato com as mãos, e interrompia a fala deles.
Adultos com o traço de caráter oral predominante, costumam também parecer mais jovens do que são. Existe ainda um aspecto infantilizado nos orais de modo geral. Essa infantilização do corpo leva esse mesmo aspecto de “me pegue no colo, sou só uma criancinha” para sua mente.
Cabeça do traço de caráter oral
A cabeça do oral tem um aspecto mais arredondado, com curvas bem abertas no queixo e nas bochechas.
Olhos do traço oral
O olhar do traço oral transmite uma sensação de conexão, de que a pessoa está realmente olhando para dentro de você. Eles tendem a um formato de contornos menores.
Esses olhos menores passam uma sensação de tristeza, demonstrando a dor o abandono. Se você tirar uma foto e observar seus olhos, por exemplo, verá que a pessoa consegue sorrir e parecer triste ao mesmo tempo, porque o olho do oral traz essa sensação. É um olhar que pede confirmação, fazendo as pessoas reconhecerem que ele está ali e não irá deixá-lo.
Boca do oral
A fase oral, como bem o nome fala, está muito relacionada com a boca e os lábios. Nesse momento, a criança coloca tudo na boca. Os lábios então se tornam mais carnudos, por conta da super energia colocada ali, através das conexões elétricas dos neurônios.
Os orais tendem a ficar com a boca entreaberta ou fazer um “biquinho”, como se estivesse faltando algo. Na vida adulta, ele pode satisfazer essa falta com um copo, uma garrafa, cigarros, comida, etc.
Tronco do traço oral
A região do tronco de uma pessoa oral tem aspectos arredondados nos ombros, braços e antebraços. O peito pode ser pequeno, em relação ao resto do corpo. Isso representa um vazio, uma falta, um abandono, como se no peito estivesse faltando energia.
O tronco vai marcar uma diferença visível entre o oral da falta e o oral do excesso. Basicamente, o oral do excesso sempre vai ser mais cheinho, mais arredondado já o oral da falta, é mais “vazio”. Ele tem formas arredondadas, mas um corpo magro.
Quadril do traço de caráter oral
O quadril de uma pessoa de traço oral é arredondado, maior, mais mole e fofinho. O oral da falta, mantendo esse arredondamento, vai ser um pouco mais mole, mais murcho com bumbum menor.
Pernas do traço oral
As pernas do oral são mais roliças, mas ainda assim são pernas visivelmente fracas. Assim como no traço de caráter esquizoide, o oral também não tem energia nas pernas. As pernas são curtas e sem força. Isso acontece porque, como falamos, a fase vai até o primeiro ano de vida, quando a criança ainda não andava.
Às vezes a fraqueza das penas, junto ao peso do corpo, faz os joelhos virarem para dentro, formando um “X”. Eles ficam muito próximos, dificultando o movimento.
O traço de caráter oral na dor
Vamos conhecer agora o funcionamento do ser oral, o impacto desse traço de caráter no mundo emocional dele e como ele se relaciona com as pessoas e tudo o que vive ao seu redor.
Vamos conhecer as dores e recursos do oral no dia a dia. Uma coisa é entender a dor na formação do traço de caráter oral, mas ter coragem de lidar com ele respeitando a existência dessa dor é outra coisa. É relativamente fácil lidar com um bebê que chora, mas precisamos de empatia e respeito para lidar com um adulto que guarda esse comportamento. Uma pessoa desse traço pode se deixar tomar pela insegurança enquanto estiver em um ambiente onde não se sente à vontade para se expressar. E nos relacionamentos, ela não termina um namoro ou casamento péssimo, pelo medo de se sentir abandonada. Pode suportar traição do parceiro ou ficar em um relacionamento abusivo para não ficar sozinha, por dependência emocional. Essa pessoa pode ter ansiedade se precisar passar.
Alguém desse traço também pode ter problemas com dinheiro porque tem medo de perder as pessoas na hora de cobrar pelos seus serviços ou se valorizar profissionalmente. Essa pessoa também pode gastar compulsivamente para preencher o vazio em seu peito, além da obesidade por tentar se preencher esse buraco com comida.
Mas por que o choro?
Quando o oral chora, ele só quer colocar algo para fora, não precisa de explicação, nem quer ser entendido. Na verdade, nem ele sabe o que ele quer. Ele recorre ao choro para obter ajuda, pois isso foi programado no sistema nervoso do oral.
Na realidade do traço de caráter oral, o choro é um recurso. Se você é uma pessoa com esse traço e sente que não pode chorar, ou precisa explicar seu choro, vai viver na dor.
Infelizmente, convivemos em meios sociais muito hostis, onde as pessoas querem uma explicação, uma razão, uma desculpa e não costumam aceitar o choro.
O oral na dor funciona de um modo muito diferente de quando está no recurso. Na dor ele usa gestos, a fala, a expressão para grudar nas pessoas, para sugar, com o pensamento “estou sofrendo, me tire daqui”.
Ele quer do outro, ele quer que alguém faça por ele, porque ele acha que vai faltar. Por isso, quando ele olha alguma coisa ele pega, ele quer mais, para garantir que sempre vai ter, que não vai faltar, devido a sua necessidade de se preencher.
O oral não sabe responder o que ele quer, só sabe que não está bom, está desconfortável, dolorido.
Porque isto remete aquele momento de formação em que ele não sabia o que estava sentindo. Ele tinha um desconforto no berço, e alguém precisava adivinhar. Então ele pensava “tente adivinhar porque eu também não sei o que é”.
Uma característica da falta
O oral da falta busca preencher seu vazio com a falta. Como assim? Quando ele está na dor, precisa garantir que lhe falte algo; então se lhe oferecermos um suco, ele vai querer justamente o sabor que não está disponível. É como se ele buscasse uma nova falta, para evitar a que sentiu durante a formação do traço.
Ele vai querer tudo o que não é possível obter, não por ter a ambição de conquistar, mas para garantir que não sentirá aquela dor primária que aconteceu em seu desenvolvimento.
O Oral no recurso
Quando o oral se conecta com o seu recurso, entendendo que pode chorar e que isso faz bem para ele, começa a se comunicar de modo diferente, abrindo-se para sentir o que vier. Outra característica do oral é que ele tem um superpoder de também adivinhar o que o outro está sentindo ou está pensando.
Quando o oral está na dor e não há ninguém ao seu lado para que ele chore ou fale o que está sentindo, ele pode extravasar na bebida, no cigarro, na balada, nos excessos, porque sempre age com muita intensidade.
Conectar-se e chorar, para o traço de caráter oral é cura. Não é tristeza, não é depressão, não é nada que precise ser retirado da vida dele. Quando o oral entende isso, utiliza suas habilidades a seu favor e começa a usar o recurso do improviso.
O que não esperar do oral?
Não espere tanto raciocínio lógico desse traço. O oral traz diversas histórias e sensações ao mesmo tempo, e às vezes só vai organizá-las depois. Enquanto ele está contando uma história, já se lembrou de outra, a introduziu na conversa e ainda espera que você entenda todo o raciocínio, porque todas essas sensações estão acontecendo dentro da cabeça dele. Ele não é nada objetivo, e também tem pouca capacidade de execução, então, ele pode procrastinar muitas coisas na vida por vários motivos diferentes, mas com um fundo em comum.
O oral não lida bem com o silêncio, especialmente se ele estiver na dor. Estando no silêncio ele precisará colocar algo na boca, roer unha, beber água, fumar, chupar bala, alguma coisa para manter a boca ocupada.
O que esperar do oral?
O oral sabe perceber sutilezas e colocar isso para fora. Ele quer sempre ser o centro das atenções, afinal existe uma dor de abandono lá atrás, que hoje virou um recurso para ele. O oral consegue atrair as pessoas oferecendo “um colo” para elas.
Para estimular um oral você deve permitir a sua comunicação, mas também pode estimulá-lo por toque. Procure tocar no oral quando estiver conversando com ele, e assim as coisas vão fluir muito melhor.
Ele ama quando os outros reconhecem seu sentimento e valorizam suas emoções. Ele só quer saber pode existir, sem receber julgamentos, grosserias ou um distanciamento dos outros.
Os recursos que o oral tem para oferecer são o acolhimento, a sensibilidade, assim como a capacidade de sentir o que o outro está sentindo. Não é só a capacidade de sentir, mas, de se importar, mostrar que sente.
Quando o oral serve a alguém e a pessoa reconhece comentando algo como “foi bom você ter feito isso por mim!”, o oral se enche, como se tivesse absorvido o mundo, porque o vazio existencial que ele tenta suprir é muito mais fácil de preencher com carinho, afeto, atenção, cuidado e reconhecimento.
Próximos passos
Se identificou? Gostou de saber mais sobre esse traço de caráter? Então, no meu instagram tem conteúdos todos os dias. Vem conferir!
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