O corpo fala, ou o Corpo Explica? Entenda a linguagem não-verbal

O corpo fala, ou o Corpo Explica? Entenda a linguagem não-verbal

Você já se perguntou quais sinais o nosso corpo transmite? Já parou para observar como uma pessoa se comporta enquanto está falando? Essas questões são estudadas por diversos teóricos da linguagem corporal, e todos chegaram à mesma conclusão: o corpo fala algumas coisas sim!

Nosso corpo é um centro de informações para nós mesmos e todos ao nosso redor; afinal, a sua linguagem não mente! Ficar atento a estas questões é importante para ter boas relações e conviver em sociedade, entendendo melhor as pessoas que te cercam.

Livro O corpo fala: A linguagem silenciosa da comunicação não-verbal

O corpo fala é um livro de 1980 que serviu como uma das bases para o estudo da linguagem não-verbal. Um de seus autores, Pierre Weil, foi um psicólogo francês que passou a maior parte da vida no Brasil. Sua influência é tão grande que ele ajudou a regulamentar a profissão de psicólogo no país.

Weil juntou-se a Roland Tompakow, professor de comunicação e artista gráfico. Eles criaram o livro numa tentativa de explicar porque temos certos comportamentos ao nos comunicarmos. Além disso, também buscaram mostrar quais desses comportamentos são universais, e quais pertencem a culturas específicas.

Quando alguém cruza os braços, muda a posição do pé direito ou vira a palma das mãos para cima, por exemplo, está realizando gestos inconscientes – nem ela percebe. Como podemos entender a nós mesmos, quando falamos de algo que funciona de maneira tão abstrata? O que pode haver de comum entre todas as pessoas nessa abstração?

Há algo que precisamos saber, em primeiro lugar. Quando estamos num grupo, somos constantemente influenciados por todos ao redor. Analisar alguém enquanto um único ser, sem interação com o meio, é como analisar uma única letra e ignorar o restante da frase.

Não existem, portanto, comportamentos com significado “puro”. O balançar de cabeça que para nós é um sim, em outra cultura pode ser um não, ou um pedido de ajuda, por exemplo.

O ser humano é incapaz de esconder essa linguagem de um observador atento, mas ainda precisamos entender – ou traduzir – o que cada gesto significa.

Leia também:  Traço de caráter masoquista: o que é e quais as características?

Quais seriam as razões por trás disso?

Da interação constante que acontece quando formamos grupos humanos, surgem atitudes mentais e físicas, cuja necessidade é  evitar a ansiedade ou desconforto. Queremos estar bem uns com os outros, pois a vida em grupo é fundamental para nossa sobrevivência.

Saber se a outra pessoa está alegre, triste, espantada, ou com raiva permite reagir da forma correta. Mas como é possível compreender esses fenômenos, quando eles não vêm de uma consciência? O corpo fala para transmitir expressões sem nem mesmo perceber!

O reconhecimento destes sinais pode ajudar numa comunicação mais eficaz. Pode também desmentir o que a pessoa fala com sua boca. Neste caso, se percebe uma desarmonia que pode comprometer a comunicação.

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Mas o corpo fala através de que?

O rosto é como um livro, e cada região marca um capítulo da comunicação não-verbal. A região ocular, por exemplo, é muito importante. Você já ouviu que os olhos são uma janela da alma, mas isso não é apenas um ditado poético.

Muitos teóricos se dedicam a entender essa área: sobrancelhas abaixadas significam concentração, sobrancelhas levantadas: surpresa, espanto. Olhos brilhantes: alegria, entusiasmo; já olhos caídos: desânimo, tristeza…

Mais abaixo, lábios arqueados para cima demonstram prazer e satisfação. Quando arqueados para baixo: desprazer, tristeza, insatisfação. Um bico, por exemplo, significa dúvida, contrariedade ou até raiva.

Há quem veja tudo isso como vago, uma vez que as pessoas podem ter essas características e ainda sim, não estão de acordo com as teorias citadas. A linguagem não-verbal seria algo mais complexo a ser analisado.

O corpo fala muito?

Nos anos 1970, o psicólogo Albert Mehrabian publicou um estudo sobre as várias formas de comunicação. Ele teorizou que, se as palavras, expressões e comportamentos de uma pessoa não transmitem uma mensagem coerente, quem estiver ouvindo dará mais atenção à comunicação não-verbal do que às palavras.

A linguagem corporal tem um peso na comunicação com outras pessoas, podendo influenciar positivamente ou negativamente. Ficar atento possibilita uma maior compreensão sobre como nos enxergamos e um maior controle sobre como as pessoas nos enxergam!

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O corpo fala, e também explica!

A linguagem corporal sempre deu muita atenção aos gestos, mas será que podemos ir além? E se o corpo fala, mesmo quieto? Essa é a questão por trás da teoria dos traços de caráter, e sua resposta é a seguinte:

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O corpo também fala através de seus formatos.

Desde que essa teoria surgiu, passou por diversas etapas até se tornar conhecida, hoje, como O Corpo Explica. Ao mesmo tempo em que pode comunicar um estado emocional, o corpo explica seus medos, desejos e identidade, antes mesmo de se mover!

Inicialmente, psicanalistas como Wilhelm Reich começaram a questionar não apenas os sintomas que os pacientes demonstravam, mas olhar para o ser humano como um todo: comportamentos, dinâmicas, gestos, linguagens e até mesmo os diferentes formatos de seus corpos.

Além de ouvir a história de cada um, passaram a ouvir como essa história era contada. Nesse sentido, a análise corporal revela como os aspectos da consciência foram gravados na pele de cada indivíduo, da concepção aos primeiros anos de vida. Um traço de caráter, portanto, é a solução que a pessoa encontrou para resolver um conflito interno e afastar uma dor.

Eles são mecanismos de defesa que a nossa mente e nosso corpo usam para proteger contra um estresse repetitivo na infância, e até mesmo na gestação.

Nessa época, temos uma percepção reduzida da realidade, causando uma distorção na interpretação dos fatos. Por conta disso, acabamos criando bloqueios e proteções contra inseguranças. Elas vão definir comportamentos, modos de sentir, pensar e agir. Nosso corpo será “marcado” para utilizar alguns desses padrões, sem precisarmos pensar neles.

Os traços de caráter, portanto, surgem como uma estratégia de sobrevivência; registrada nos músculos, expressões faciais e interações com o mundo. Em contrapartida, por serem estratégias de sobrevivência, também lhe garantem dons, talentos e recursos incríveis.

Como os traços de caráter se formam?

Sua base está no processo de mielinização da medula espinhal. A bainha de mielina é protegida por uma camada de gordura que defende as células nervosas, contribuindo na velocidade de propagação do impulso nervoso. Isso atribui maior ou menor eficiência à transmissão de informações.

O processo de mielinização da medula espinhal é progressivo, seguindo desde a cabeça até a base da coluna. Os traços de caráter vão surgindo a cada fase desse processo.

Conforme a mielinização vai “descendo”, o bebê ou criança pode utilizar com mais precisão os recursos físicos que são criados, fazendo surgir um traço de caráter. Quando o processo está em andamento e a criança sofre algum trauma, seu corpo aumenta a proteção da área que está recebendo a mielinização, fazendo com que ela tenha mais influência.

Leia também:  Analista corporal O Corpo Explica: o que é, como escolher e como pode te ajudar?

Vale apontar que trauma não significa, necessariamente, uma forma de violência. Para um bebê, chorar alguns minutos e não receber atenção já pode ser traumático.

Todos nós temos os cincos traços, entretanto, alguns destacam mais que outros conforme a intensidade da dor vivenciada na infância. Esses cincos traços fazem combinação com diversos outros fatores: genéticos, culturais, históricos e sociais, por exemplo. É por isso que não existe uma pessoa idêntica a outra, ainda que possuam mais força no mesmo traço de caráter!

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Conclusão

Aprender como o corpo fala ou explica pensamentos e emoções é fundamental para ter bons relacionamentos em todas as áreas da sua vida.

Pense como seria bom reconhecer, por exemplo:

  • Quando um chefe ou professor está com raiva, e quando ele está tentando fazer você dar seu melhor;
  • O que se passa na cabeça de quem você ama quando tem crises de ciúmes;
  • O que faria a pessoa no outro lado de uma negociação aceitar a sua proposta;
  • Quando alguém está mentindo através das palavras, e guardando intenções negativas contra você.

Estes são apenas alguns exemplos do poder que a linguagem não-verbal e seus vários idiomas oferecem. As ideias apresentadas, tanto no livro O Corpo Fala quanto na metodologia O Corpo Explica, não precisam ser excludentes. Você pode aprender e utilizar as duas com sucesso!

Além de favorecer os relacionamentos, elas também nos ajudam a entender e até controlar melhor nossas ações. Saber o que o corpo fala permite usar uma comunicação não-verbal que fortalece as suas palavras, enquanto saber o que ele explica permite compreender seus medos e desejos, e como eles influenciam as suas atitudes!

Quer se aprofundar nas raízes das suas emoções e comportamentos? Realize sua análise corporal e aprenda cuidar da necessidades dos traços para uma vida no recurso!

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Luiza Meneghim

Especialista em desenvolvimento humano. Mentora de carreira e relacionamentos. Analista corporal. Membro fundador 027 do GPS.
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Luiza Meneghim

Especialista em desenvolvimento humano. Mentora de carreira e relacionamentos. Analista corporal. Membro fundador 027 do GPS.

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