Ajudar quem não quer ser ajudado, é um desafio possível?

Ajudar quem não quer ser ajudado, é um desafio possível?

Poucas crenças tem raízes tão fundas no imaginário coletivo quanto a ideia de que não adianta ajudar quem não quer ser ajudado. Afinal, é possível ajudar qualquer pessoa? E como lidar com quem se fecha e até se irrita com os nossos conselhos?

Esse é um desafio comum. Profissionais que trabalham com a mudança de vidas sempre encontram o desafio de ajudar quem não quer ser ajudado, mas mesmo que você não seja um desses profissionais, certamente já enfrentou essa situação tentando ajudar amigos ou familiares.

A outra pessoa parece estar bloqueada, pronta para ignorar a sua ajuda, mesmo quando você está dando o melhor de si. Ao enfrentar a resistência ao tentar ajudar quem não quer ser ajudado, é crucial parar e refletir sobre algumas questões importantes:

Qual é o seu objetivo ao ajudar? A sua forma de oferecer ajuda transmite confiança à outra pessoa? E será que, na visão dela, ela precisa dessa ajuda?

Você quer ajudar quem não quer ser ajudado?

A frase pode ser complicada, mas ela tem um sentido muito simples: antes de pensar em como ajudar quem não quer ser ajudado, devemos olhar para o outro lado da relação: a pessoa que está oferecendo ajuda.

O que é preciso ter e fazer para ser útil a alguém?

Para oferecer ajuda efetiva, que de fato resolva o problema, não basta uma boa intenção, você também precisa ser alguém confiável e preparado. Se esse não for o caso, eu preciso te dizer que a pessoa pode estar certa em não aceitar ajuda!

Ser confiável não é apenas ser capaz de lidar com a questão, mas também é garantir que a outra pessoa estará segura – você não vai cobrar a ajuda no futuro, ou contar para todo mundo o que está fazendo por ela, por exemplo.

Antes de tentar ajudar quem não quer ser ajudado, pense com honestidade:

  • Eu quero mesmo ajudar, ou estou apenas buscando uma forma de me sentir bem?
  • Minha forma de oferecer ajuda transmite segurança?
  • Eu sou uma pessoa capacitada para ajudar?

Se a resposta das três questões for sim, ainda é preciso ter em mente o respeito à dificuldade que as outras pessoas tem para pedir ou receber ajuda, e a forma única pela qual cada tipo de indivíduo vai sentir que pode confiar em você.

Quando alguém aceita ajuda, está abrindo uma porta para o próprio mundo emocional. A outra pessoa nunca fará isso até saber que você não vai bagunçar as coisas lá dentro, ou agir de forma que a deixe desconfortável. Caso contrário, é melhor quebrar a cara e fracassar do que receber essa “ajuda”.

Viu só como a ideia de ajudar quem não quer ser ajudado é problemática? No fundo, qualquer pessoa gostaria de receber apoio e ter mais facilidade para avançar numa área da vida. Se isso não acontece, existem duas possibilidades.

Talvez ela simplesmente não queira para a própria vida o que você quer, e está mais preocupada com outros objetivos. A outra opção é que ela tenha medo de que, ao aceitar sua ajuda, você crie outros problemas ainda maiores em sua vida emocional.

Para superar esse obstáculo, quem deseja ajudar deve usar o conceito de empatia extrema: se colocar no lugar do outro, não do jeito que você é, mas do jeito que ele é, procurando enxergar o mundo pelos olhos e emoções dessa pessoa.

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Entenda quem você está ajudando

Cada pessoa tem uma forma única de ver o mundo, e vai lidar de formas diferentes com o fato de pedir ou receber ajuda. Antes de mais nada, é preciso entender esses padrões, se queremos mesmo nos aproximar e fazer o bem por um indivíduo.

Existem várias teorias de personalidade, e cada uma fala sobre certos modos de agir ou pensar. O perfil DISC, por exemplo, é um dos mais conhecidos, assim como a tipologia de Myers-Briggs, que está se tornando muito popular.

Aqui nós vamos usar a teoria dos traços de caráter, que fala sobre cinco perfis criados durante a gestação e a infância, no processo de mielinização. Se você não sabe, desde o útero, até os primeiros anos, esse processo deixa os nossos neurônios mais fortes e rápidos. Dessa forma, as experiências vividas em cada época deixam marcas que vão influenciar o comportamento pelo resto da vida.

Leia também:  Traço de caráter esquizoide: o que é, características e como manter no recurso?

Para não perder o foco nesse texto sobre como ajudar quem não quer ser ajudado, você pode ler mais sobre a teoria, e o modo como os traços veem o mundo, no artigo 5 Traços de caráter: O que são os traços de personalidade do Corpo Explica?

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É importante entender a personalidade de cada pessoa

Agora vamos entender um pouco sobre como cada traço lida com situações onde tem que pedir ou receber ajuda.

Esquizoide

Em primeiro lugar, temos esse perfil que é muito racional e interno, vivendo boa parte do tempo em sua própria mente. O traço esquizoide faz a pessoa sentir que “não é bem vinda” no mundo, e por isso ela tem ansiedade quando precisa se conectar a alguém.

Receber ajuda, dessa forma, é algo difícil, pois a pessoa tem que deixar alguém entrar em seu mundo interno, onde ela se sente segura. Esse mundo, conhecido como “a caverna do esquizoide”, também serve de escape quando há um problema. O traço vai buscar refúgio na mente, ao invés de lidar com a situação externa.

O medo de que outras pessoas o rejeitem por conta dessa realidade própria faz ele rejeitar primeiro, negando ajuda se perceber que você não aceita a forma como ele vê o mundo. Alguém que tenta tirar o esquizoide da sua caverna, ao invés de aprender como entrar nesse mundo e respeitá-lo, nunca poderá ajudá-lo.

Oral

Muito comunicativo e sempre aberto a novas experiências, o traço oral não tem medo de pedir ou receber ajuda. Pelo contrário, ele até gosta disso, pois ter pessoas ao seu redor é uma verdadeira necessidade emocional!

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Psicopata

O traço aparece quando a criança percebe que seus pais estão manipulando ela através de trocas, do tipo: se você fizer isso, ganha aquilo, ou se você se comportar, nós vamos demonstrar carinho. Na maioria das vezes essa não é uma atitude consciente dos pais, mas é como a criança entende o mundo e as ações dos adultos.

Ela passa a buscar controle sobre essas trocas, aprendendo a manipular. Mais velho, o traço psicopata tenta evitar “dívidas” com as outras pessoas, e isso o faz pensar duas vezes antes de aceitar ajuda. Na mente dele, ao receber um favor pode ser preciso fazer algo em troca no futuro, mesmo quando a outra pessoa não pensa em cobrar.

Por outro lado, o traço pode ser muito bom para oferecer ajuda, plantando sementes para receber algo no futuro. Ele usa a sua habilidade para negociar e até mesmo liderar pessoas. A sua dificuldade aparece quando ninguém que ele tenha ajudado possa ajuda. A saída agora é pedir a outra pessoa, mas já oferecendo algo em troca. Se isso também não for possível, ele vai preferir fracassar sozinho do que ficar devendo.

Masoquista

Conhecido por ser resistente, o traço masoquista é o tipo de pessoa que tenta “aguentar mais um pouco” antes de aceitar ajuda. Além disso, ele evita se abrir, pois tem medo de ser humilhado por quem conhece seus pontos fracos. Dessa forma, o masoquista é um bom candidato a fazer você pensar que não há como ajudar quem não quer ser ajudado.

Na verdade ele quer, mas assim como os outros traços, precisa estar seguro para isso!

Rígido

Aqui temos o “campeão” na dificuldade em pedir ajuda. O traço rígido tem um modo de ver o mundo em disputas, e seu maior medo é o de saber que há alguém melhor do que ele. Receber ajuda toca direto nesse ponto, pois soa como uma admissão de que a outra pessoa, sendo capaz de ajudar, é melhor.

Para o rígido, portanto, receber ajuda não é apenas difícil – é ameaçador. Por essa forma de ver o mundo, quanto mais alguém insiste em ajudar, mais ele se fecha, para não admitir de forma alguma que precisa daquele outro indivíduo para conseguir algo.

Leia também:  Traço de caráter masoquista: o que é e quais as características?

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Então é possível ajudar quem não quer ser ajudado?

Aqui as coisas precisam ser vistas com cuidado. Insistir em ajudar outras pessoas não é benéfico nem para ela, nem para você – e pode até ser um sinal de dependência emocional. Perceba que existe uma diferença entre estar do lado de alguém e querer o crescimento dessa pessoa, e fazer de tudo por ela.

Para facilitar, nós podemos fazer uma distinção entre ajuda e apoio. Ajudar é esse desejo de fazer pelo outro, mesmo quando ele não quer. É marcar a consulta para um familiar doente, por exemplo, e até mesmo pagar por ela, para depois ficar exigindo que a pessoa vá.

Apoio, por outro lado, é preencher as lacunas que o outro está encontrando, e dar um suporte adicional para que ele tenha mais facilidade ao fazer o que já se decidiu por fazer. No mesmo exemplo, poderíamos completar o valor da consulta, se o familiar já marcou e está decidido a ir, mas não tem as condições para isso.

Na dúvida sobre quando oferecer apoio ou dar espaço, escute. Até as pessoas mais fechadas, em algum momento, vão deixar que a necessidade de ajuda apareça. Talvez elas não cheguem de forma direta para pedir um favor, por exemplo, mas podem comentar sobre a dificuldade que tiveram ao tentar fazer algo.

Além de reconhecer essa diferença, e aceitar que o seu papel nunca é o de fazer por alguém, também será preciso encontrar a forma certa de entrar no mundo emocional de cada pessoa. Tenha em mente que, de modo natural, o outro está sempre pensando: você quer mesmo ajudar ou tem algum outro interesse?

Isso é uma forma de proteção, onde selecionamos quem pode ou não entrar em nosso mundo emocional para evitar as dores e inseguranças dos nossos traços.

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Esquizoide

Lembre que o esquizoide é muito racional, e na hora de receber ajuda ele não está tão preocupado com as emoções. O importante na mente é ter espaço para dizer o que está pensando, sem se sentir julgado por isso. Depois disso, ele precisa receber uma resposta racional, algo que faça sentido para solucionar o problema, e não algum tipo de consolação.

Oral

Embora não tenha dificuldade para pedir ou receber ajuda, também se abre mais facilmente ao modo correto de abordagem, que é oposto ao do esquizoide. Aqui estamos entrando num mundo emocional, e ao invés de querer dizer o que está pensando, a pessoa de traço oral quer dizer o que está sentindo.

Para começar, você não deve mostrar a forma correta de fazer, mas ajudá-lo a se sentir melhor. Só depois que o oral descarregar as emoções (e talvez até chorar um pouco) será possível avançar e discutir a solução do problema, falando sobre técnicas e ferramentas, mas sem descartar as emoções.

Em resumo, a cada proposta pergunte: E se você fizesse isso, como se sentiria?

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Psicopata

Para o traço psicopata, não basta não pedir algo em troca. É preciso deixar claro que você não espera um retorno, e que a pessoa não é obrigada a aceitar sua ajuda. Não demostre que está sendo “difícil” para você ou que a ajuda foi uma “grande coisa” pois isso trará a ideia de que, mais tarde, haverá cobrança.

Não é preciso perguntar com o que ele está sentindo, como no caso do oral, basta saber o que ele precisa e fazer. Evite ao máximo comentar sobre o ocorrido com outras pessoas, pois quando a conversa chegar até ele será entendida como uma ameaça – agora outros sabem que ele deve, e você terá mais poder para cobrar.

Masoquista

Lembre que esse traço sofre com uma dificuldade para confiar. É ainda mais difícil ajudá-lo, porque existem duas vozes negando a ajuda – uma diz “melhor não demonstrar fraqueza pois isso pode me humilhar” e a outra afirma “eu não preciso de ajuda, pois consigo fazer por conta própria“.

Leia também:  Quando tudo dá errado, o que eu devo fazer?

A única forma de superar essa barreira é demonstrar que você:

  • É confiável;
  • Não vai usar a situação para humilhá-lo;
  • Tem capacidade verdadeira para ajudar – fazendo melhor do que ele mesmo faria.

Como o traço é muito metódico, será preciso explicar passo a passo como será a ajuda, assim ele vai pensar se a sua proposta cumpre mesmo o trabalho necessário, ou se algo ficará pelo caminho.

O masoquista que aceita ajuda se sente responsável caso as ações da outra pessoa tragam consequências negativas – se você errar, ele vai sentir que errou pessoalmente – por isso avaliar o processo do começo até o fim é tão importante. A confiança não deve ser mostrada apenas na largada, mas em cada passo, acompanhando o seu ritmo que é lento e seguro.

Esse traço vai focar mais no lado racional e técnico do problema, até resolver, e só depois pode se sentir seguro para falar sobre sentimentos, expondo um lado emocional quando você provar na prática que é confiável. Isso não é uma regra, pois compartilhar sentimentos é algo muito difícil para o masoquista em qualquer situação.

Não o critique na frente de outras pessoas, pois ele sente isso como humilhação. Dê sugestões opinando, e não impondo, sempre num espaço reservado, sem outros envolvidos. Apesar de ser muito difícil conquistar a confiança o masoquista, ele se mostra extremamente leal àqueles que vencem suas barreiras, e pode ser uma dupla de ouro em qualquer tipo de iniciativa!

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Rígido

Por fim, com o traço rígido é preciso entender a necessidade de tentar ser perfeito e estar sempre se comparando às outras pessoas, formando relações onde ele está ganhando ou perdendo.

A pessoa já sabe que tem uma dificuldade, e está pensando nela o tempo inteiro, por isso você deve evitar críticas a todo custo. Mostrar que viu um erro ou uma falta de capacidade no traço rígido é como dizer: eu sei que você não é perfeito, e talvez te troque por alguém melhor.

Você pode comentar sobre os resultados e como eles poderiam evoluir, sem que isso faça uma referência à pessoa. Além disso, nunca, por nenhuma razão, compare alguém com um traço rígido forte a outras pessoas.

Esse traço só vai aceitar ajuda quando ela vier como algo pontual, que não traga a sensação de ser inferior à quem está ajudando. Dessa forma, o traço rígido entende que a outra pessoa tinha mais condições naquele momento, mas ela mesma seria capaz de fazer em outra situação.

Confiança para o rígido está muito ligada à discrição, e se ele souber que a relação de ajuda entre vocês é segura e discreta, vai executar cada etapa do seu plano sem questionar muito, pois o seu objetivo é atingir o resultado!

Como ajudar quem não quer ser ajudado?

Viu só como “ajudar quem não quer ser ajudado” é uma ideia que precisa ficar para trás? Precisamos aprender a ajudar quem não quer ser ajudado, cumprindo nosso papel de apoio quando as pessoas estão prontas para avançar, sempre com interesse genuíno, capacidade adequada, abordagem correta e comunicação eficaz

Considerando todos esses aspectos, ainda é preciso reconhecer que em muitos casos você realmente não pode fazer nada para ajudar quem não quer ser ajudado, afinal todas as pessoas estão fazendo as próprias escolhas.

Talvez o que você entende como certo para aquela pessoa não é o objetivo dela, e nesse caso não há como ajudar – ou apoiar. Nestas situações, entenda que você se dispôs a fazer sua parte, mas a outra pessoa sempre terá a liberdade de escolher o próprio destino.

E você, será que está precisando de ajuda em algo, mas não consegue pedir ou aceitar?

Talvez seja mais fácil deixar alguém entrar no seu mundo emocional aprendendo mais sobre como ele funciona, através do autoconhecimento. Com a análise corporal, você vai conhecer melhor os seus traços de caráter, aprender a usar os seus superpoderes e viver uma vida de sonhos e conquistas. Vamos lá?

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Luiza Meneghim

Especialista em desenvolvimento humano. Mentora de carreira e relacionamentos. Analista corporal. Membro fundador 027 do GPS.
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Especialista em desenvolvimento humano. Mentora de carreira e relacionamentos. Analista corporal. Membro fundador 027 do GPS.

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